Essa viagem foi bem de última hora mesmo. Já estávamos com passagens compradas para passar o mês de julho no Rio quando o Bruno disse que ia tentar negociar as férias dele para vir para Portugal. Conseguiu as férias mas, por causa da pandemia, não foi possível desembarcar em Portugal. Então decidimos encontrar com ele em Madri e fazer algum roteiro por lá.
Como os casos de covid estavam aumentando em algumas regiões, resolvemos evitar algumas cidades. Fizemos várias possibilidades de roteiros que seriam escolhidos também em função do sol. Acho que a Espanha é infinita em termos de roteiros.
Saímos de Portugal no domingo cedo para encontrar com ele no aeroporto de Madri. Acho que são, mais ou menos, seis horas de viagem e fizemos sem muita pressa. Paramos para almoçar na cidade de Ávila que fica entre Salamanca e Madri. Essa é a cidade de Terezinha de Jesus do meu colégio.
Aeroporto fechado para entrada de quem não estivessem em trânsito. Ficamos do lado de fora esperando e, enfim, chegou!!!
Deixamos as malas no Hotel Gran Versalles e fomos para a rua. O hotel era muito bem localizado e perto de tudo que tem de interessante na cidade. Neste dia passeamos na famosa avenida Gran Via mas nem achei tão interessante assim. Povo com cara de rebelde sem causa. Mas, no dia seguinte, estava todo mundo bem lindinho na rua. Então fiquei na dúvida: eram as mesmas pessoas?
Nosso primeiro jantar foi um uma hamburgueria deliciosa que eu nem vi o nome. Comemoramos o início das férias e começamos a definir nosso roteiro olhando o aplicativo do tempo.
Nos dois dias seguintes, rodamos a cidade toda a pé. Acho que era uma média de 12 km por dia. Bruno faz a gente andar sem pena nenhuma só na base do "é logo ali". Bem que minha mãe fala: esse Bruno é um perigo. Fizemos todos os passeios turísticos. E até fomos conhecer a universidade onde o Rafa vai estudar a partir de setembro.
A comida espanhola é muito boa e logo no primeiro dia almoçamos tapas no Mercado de São Miguel. Não tiramos nenhuma foto mas o lugar é muito bonito e fica bem no centro perto da Plaza Mayor.
No mês de janeiro deste ano, Madri enfrentou a terrível nevasca Filomena. Fomos ao museu da cidade onde tinha uma exposição de fotos desses dias. Eram quarenta fotos em quadros e um mural com cinco mil fotos menores. Cada foto mais incrível que a outra.
Bem, a cidade é linda mas nosso passeio tinha que continuar. O roteiro escolhido foi as praias de Santander e de Biarritz para a próxima semana.
Seguimos cedo para Santander com três paradas no caminho. A primeira foi na cidade Tordesillas para conhecer o museu do famoso Tratado de Tordesilhas. A cidade é pequena e o museu também mas foi legal conhecer e ver como esse período da história está bem apresentado no museu. O Rio Douro passa por essa cidade.
A outra parada foi para almoçar na cidade de Palência. Bruno era o responsável por escolher os lugares para comer e escolheu uma lanchonete cubana (Cafeteria Habana) no centro da cidade. Lugar legal e com uma comida bem gostosa. Adoramos nosso sanduíche cubano. Na saída, o gps não estava a fim de trabalhar e acabamos rodando e se perdendo várias vezes pela cidade. Foi até bom porque descobrimos várias ruas legais com casas bem bonitas.
A última parada foi em Santillana Del Mar, uma cidade que nós tínhamos visitado da outra vez. Dessa vez estava bem mais vazio por causa da pandemia. Entramos no Museu da Inquisição e não gostei nem um pouco. Primeiro porque só mostrava instrumento de tortura e cada um era pior do que o outro. Faz a gente ter até dúvida sobre a humanidade. E segundo que o lugar era apertado, abafado, sem janela e cheio de gente. Estressei! Sai e fiquei esperando os dois "sem juízo" que não voltavam nunca. Depois paramos para um cafezinho e um bolinho da região.
Finalmente chegamos a Santander! A localização do hotel foi melhor do que eu imaginava. Sabia que era na frente da praia mas não esperava tanto. E ainda tinha janela com vista para a praia. Até nos trocaram de quarto porque o ar condicionado não funcionava. Garagem com elevador para o carro chegar ao segundo subsolo foi um show a parte.
Bem ao lado do hotel tem uma rua onde ficam todos os restaurantes. Claro que sempre cheio mas até que conseguimos lugar nas vezes que tentamos. Provamos as tábuas de presuntos e queijos da cantábria. E torta de queijo melhor que qualquer cheesecake do mundo.
No dia seguinte passeamos pelo centro da cidade e tomamos café no Gomez Fusion bem em frente a orla. Bruno descobriu um lugar nos fundos do hotel para almoçar que foi uma delícia. O La Atalaya de Mayte. O proprietário adora o Brasil e toda hora vinha contar alguma coisa. Com ele nós descobrimos que Santander é um lugar que nunca aparece brasileiros.
As praias são lindas e tem muito lugar para caminhar na beira da praia. Com vários mirantes e nós tiramos fotos lindas.
Essa foto era da vista do nosso quarto as dez e meia da noite.
O Bruno descobriu um bar muito legal chamado Bar Abel, numa parte bem residencial da cidade. Cara de boteco mesmo. Pra pedir petiscos e tomar cerveja de maneira bem descontraída. Pedimos o cozido montanhês, croquetes deliciosos e milanesa de pulpo (acho).
Nosso próximo destino foi Biarritz sem direito a parada e, dessa vez, Bruno foi dirigindo. Chegamos cedo e ainda deu para curtir bastante a sexta feira. Ficamos num hotelzinho mequetrefe mas com o nosso orçamento era o que tinha naquela cidade caríssima. E nada de ar condicionado para o Bruno! Mas o que tinha de fraco no hotel foi compensado com o café da manhã muito bem servido. Produtos regionais: croissant, queijo de ovelha, bolo basco com recheio de amêndoas, geleia de cereja e torta de queijo.
A noite jantamos no La Table Bosque e adorei relembrar o foie gras. Pedi uma salada de camarão maravilhosa e de sobremesa, um sonho: sorvete de torrone! Acho que nem o Fiorino faz melhor.
A cidade é bonita com uma praia enorme separada por penhascos lindos. Cada paisagem mais linda que a outra. Gente pra todo lado e sem máscara. Chegava a ser ridículo porque as pessoas andavam sem máscara, paravam na porta do restaurante e colocavam a máscara para entrar, depois de entrar, simplesmente tiravam. Ou seja, nada de preocupação com covid naquele lugar. A cidade lembra um pouco Búzios mas elevado a décima potencia.
Na volta passamos por San Sebastián na Espanha. Domingo de tempo feio mas a cidade estava agitadíssima. Nenhum sol mas todo mundo na praia. O Centro histórico é igual a qualquer outro que a gente já conhece. O destaque dessa cidade é para a comida. Considerada a melhor gastronomia da Espanha. A terra das melhores tapas e foi isso que nós almoçamos.

Voltando para Santander
Como nosso roteiro estava seguindo o sol, voltamos para a nossa praia de Sardinero em Santander. Nosso hotel na beira da praia e aqueles dias lindos de antes. Continuamos comendo bem e aproveitando cada quesada (queijadas) que aparecia nos cardápios. Aproveitamos para conhecer uma das obras de Gaudí que não fica em Barcelona. O Capricho de Gaudí que fica na cidade de Comillas. Uma casa super diferente que só dá pra entender mesmo quando a gente está lá dentro porque, por fora, parece muito esquisita.
Também fomos ao Palácio da Madalena onde foi filmada a série Grande Hotel e o lugar é deslumbrante.
Bom, depois de curtir três dias de muito sol e praia, fomos "desacelerar" nas montanhas da Cantábria. Onde não teria chuva, é claro! Ficamos numa pousada linda no meio do nada. Muito verde, montanha e vacas na estrada para chegar até o local. E no meio do nada mesmo porque nem a internet estava funcionando. As vacas têm um sino no pescoço e toca quando elas andam. No silêncio da noite a gente só ouvia o sininho de alguma vaca com insônia.
Além de descansar, conhecemos Bárcena Mayor que é uma micro cidade com casas típicas da região e muito cozido montanhês. Também teve cachoeira e trilha!
Numa noite fomos a um restaurante escondido e mais local impossível. Super rústico! Com direito a moscas e cachorro pastor alemão nos vigiando. O dono estava em uma mesa bebendo com os amigos e levantou para nos atender. A cozinheira simpática veio da cozinha para tirar nosso pedido. Edson e Bruno mataram a vontade de comer chuletas. E eu amei um croquete de queijo de ovelha com cebola caramelizada. No final, a torta de queijo foi a melhor do mundo. E eu ainda ganhei a receita!!
Quando a gente enjoou do cozido montanhês, fomos parar num restaurante italiano (La Mole) no interior da Espanha e atendidos por uma garçonete alemã. Um achado no nosso "meio do nada".
Férias acabando, voltamos para Madri. Ficamos mais duas noites ainda com muita caminhada pela cidade. Conhecemos um boteco italiano bem diferente. E com uma burrata deliciosa!! Ahhh e com canoli da Sicília no final que só Bruno comeu porque eu não aguentava mais nada.
Para fechar a viagem, fomos a um restaurante argentino. Matamos a saudade das empanadas e da carne argentina. Claro que eu pedi milanesas!!
Muito bom passear com o Bruno. Se diverte com qualquer coisa e é muito animado!!!
As fotos estão no álbum do Google fotos - 2021 Férias com Bruno na Espanha
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